Com um campo de 80 jardas, mínimo para a realização do esporte, o palco da abertura era modesto, mas o estádio do Tupy, no bairro Itapoã, atraiu um bom público. De acordo com os organizadores, eram cerca de 1.800 pessoas espalhadas em uma arquibancada lateral que chegava à metade do campo e algumas arquibancadas no fundo do campo. Do lado de fora do estádio, uma feira deixou o local movimentado desde a manhã.
- Tirando o uniforme e o mascote, que não são do evento, gastamos quase R$ 15 mil. Mas conseguimos pagar o evento com ele mesmo. Estamos zerados, mas não estamos devendo a ninguém. Tínhamos um dinheiro em caixa, fizemos campanha de venda de camisa, cada jogador teve que vender dez ingressos, e com mais o que deu de bilheteria terminamos de pagar as coisas. O que falta, os diretores tiram do bolso, mas durante a semana recupera. Se não recuperar agora, contamos com uma verba da prefeitura que vai sair daqui a um mês, um mês e meio – destacou Big Bruno, presidente e quarteback do Vila Velha Tritões.
- Escolhi Vila Velha por ter sido a melhor média de público no ano passado, com 4.450 pessoas em três jogos, e também pelo apoio que a prefeitura dá à equipe. O Botafogo, escolhi pela rivalidade entre capixabas e cariocas que já vem desde os tempos da praia (o Tritões disputou alguns torneios de futebol americano de praia no Rio de Janeiro na última década) e também, claro, pela mídia que atrai – afirmou André Adler, organizador do campeonato.
Os ingressos para a arquibancada custaram R$ 10. A área VIP, ocupada basicamente por amigos e familiares dos jogadores do Vila Velha, saiu por R$ 25 e dava direito a frutas, salgados, suco e refrigerante. Ela ficava na lateral oposta às arquibancadas, ao lado do banco do Tritões. Junto deste setor estava também a cabine de transmissão, feita de madeira. No vestiário do Mamutes, um curioso recorte de jornal com Túlio Maravilha, que defendeu o Tupy, usando a camisa do Botafogo.
- Lá em casa, é Botafogo em 1º, 2º e 3º lugar, aí depois vem a esposa e os filhos. Eu ainda estou começando a ver futebol americano, nem sabia que o clube tinha time disso, mas meu filho (Jean, de 30) me mostrou no jornal e eu vim ver – disse Aloizi Majeski, comerciante de 54 anos.
- Aqui não tem muita mídia para o esporte, mas o Vila Velha Tritões que está salvando. Vários dos jogadores são de Vitória, mas eles jogam aqui porque a prefeitura não cede campo, alega que não dá para treinar e jogar lá por conta do futebol – reclamou Vitor Oaskis, de 27 anos, torcedor do Botafogo e amigo dos jogadores do Vila Velha Tritões.“Apesar dos pesares, o espetáculo foi muito bonito”, escreveu Adriano. Primeiro, uma exibição do time feminino do Tritões, campeão estadual, com a participação do mascote Maremoto, que entrava no meio das jogadas para atrapalhar e fazer graça. Depois, André Adler, fez um discurso sobre o Torneio Touchdown 2011. Apresentou também cada membro da arbitragem.
A entrada dos times em campo foi no “estilo NFL, com música alta tocando e os jogadores correndo para dentro”. Os Mamutes entraram pelo lado que tinha arquibancadas e foi recebido com festa por duas torcidas organizadas do Botafogo. O Vila Velha Tritões atravessou um bandeirão com a inscrição “Rumo ao Bi!”, com fumaça nas cores laranja e preto encobrindo os jogadores e um corredor de jogadoras do time feminino e cheerleaders juniores.
Após a execução do hino, o cara ou coroa foi feito com uma moeda especial, com os capacetes das universidades de Illinois e de Michigan de um lado, e a inscrição “Arch Rivalry” (“arquirrivalidade”) do outro. O prefeito Neucimar Fraga, que já havia feito um breve discurso de apoio aos Tritões, deu o pontapé inicial. Assim começou a terceira edição do Torneio Touchdown.
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